EA defende as éticas e divertidas caixas de loot

Para a Electronic Arts, as controversas caixas de loot são “éticas”, “divertidas” e na verdade nem sequer lhes dá esse nome, prefere chamar-lhes de “mecânicas surpresa”.

Kerry Hopkins, Vice Presidente dos Assuntos Legais e Governamentais na Electronic Arts falou perante o Comité Digital, Cultural, Media e Desporto preparado pelo Parlamento do Reino Unido, sobre as caixas de loot e o perigo que podem representar para os mais novos, numa sessão onde também estiveram presentes representantes da Epic Games – Fortnite é um dos jogos mais populares entre os mais jovens.

Hopkins foi questionada sobre a ética das caixas de loot e na sua resposta não demonstra quaisquer dúvidas: não podem ser relacionadas com jogos de sorte e são surpresas divertidas.

Bem, primeiro, não lhes chamamos caixas de loot. Olhamos para isto como mecânicas surpresa. Se entrar numa loja que vende muitos brinquedos e procurar por brinquedos surpresa, descobrirá que é algo do qual as pessoas gostam, as pessoas gostam de surpresas.”

“É algo que tem sido parte dos brinquedos há anos, sejam os Ovos Kinder, Hatchimals ou LOL Surprise, acreditamos que implementamos estas mecânicas – e FIFA claro, é o nosso principal, o nosso FIFA Ultimate Team e os seus packs – são na verdade muito éticos e bem divertidos, desfrutáveis pelas pessoas.”

Hopkins diz que a EA concorda com as comissões no Reino Unido e Austrália para os jogos de sorte, que não consideram as “mecânicas surpresa” (quase escrevia caixas de loot) como jogo de sorte e não acredita que conduza as pessoas a esse tipo de jogos.

A representante da EA chamou ainda atenção para o facto de ser necessário criar uma conta na plataforma específica onde a pessoa joga, como a PlayStation, para iniciar os jogos e efectuar compras.

No Reino Unido, em particular, a PlayStation é incrivelmente popular. Para um jogador jogar qualquer um dos nossos jogos online, precisa de uma conta PlayStation. Não podes criar uma conta PlayStation se tiveres menos de 18 anos, um pai terá de criar uma conta e criar uma sub-conta para o seu filho.”

Hopkins defende que quando o pai cria uma conta, já foi informado que pode estabelecer controlos que impedem o seu filho de gastar dinheiro em compras in-game.

No entanto, a representante da EA não diz que a culpa é de quem fabrica a plataforma pois o jogador também precisa de uma conta EA, apenas refere que existem meios de bloquear as compras indesejadas.

Para a EA, as “mecânicas surpresa” são como os ovos kinder, pagas e não sabes o que te espera lá dentro e não acredita que esteja a viciar crianças que depois se viram para os jogos de sorte.

Share