De portátil até 4K: Mortal Kombat 11 cumpre em todas as consolas

A NetherRealm é conhecida por ir mais além nos visuais cinemáticos dos seus jogos e Mortal Kombat 11 não é excepção, entregando uma experiência espectacular em todas as consolas. A iluminação por físicas e tecnologia de captura facial de Injustice 2 regressam, usadas agora para algumas fatalities brutais e momentos em que os ossos partem. As consolas PS4 e Xbox One entregam uma apresentação bem conseguida, mas nesta nova entrada na série, surge um novo nome – Mortal Kombat 11 para a Switch é uma conversão surpreendentemente forte.

MK11 consegue uma boa qualidade de imagem nas consolas base e os esperados aumentos na resolução nas suas equivalentes mais poderosas – mas é a natureza do port Switch que gera mais interesse. Conversões como Warframe, Wolfenstein: The New Colossus e Doom 2016 apostaram em cortes no rácio de fotogramas e qualidade visual para correr na consola – experiências a 60fps reduzidas para 30fps na Switch. Mortal Kombat 11 impressiona pois não seria o mesmo jogo se não corresse a 60fps. De alguma forma, este port consegue-o.

Existem óbvias concessões: as versões PS4 e Xbox One têm um tamanho de 40GB, na Switch é 22.6GB. A maioria disso pode ser devido ao corte na resolução do mapa de texturas e qualidade dos vídeos pré-renderizados. Ainda assim, é um feito espantoso de engenharia ver esta versão. Tal como em jogos Unreal Engine como Rocket League ou Fortnite, mecanicamente é a mesma experiência, mas é o port mais aproximado de um jogo PS4 ou Xbox One na híbrida da Nintendo – com a excepção de Cuphead.

Para converter MK11 para a Switch, a capacidade de adaptação do código original é obviamente essencial e a Shiver Entertainment beneficiou da inclusão de conversão dinâmica de resolução para dar à GPU da consola margem de manobra. A CDR é usada na Switch, mas também é uma peça importante nas outras versões. A PS4 corre a 1080p, mas a Xbox One converte de resoluções sub-900p para 1728×972 durante gameplay, subindo para 1080p nas cutscenes a 30fps.

Análise a Mortal Kombat 11, com especial foco no impressionante port Switch.

A resolução dinâmica também é usada nas consolas mais poderosas. Tal como Injustice 2, a Pro passa a maioria do tempo a 2240×1260 durante gameplay, subindo para 1440p. Nas cutscenes a 30fps, vai para 1800p. Sem surpresas, a Xbox One X consegue uma melhoria superior – as cinemáticas correm a 4K nativa, enquanto a gameplay ajusta-se dinamicamente entre valores na região de 2880×1620 para 1800p.

A galeria de imagens em baixo mostra as diferenças visuais entre as consolas base e mais poderosas, mas isto pouco importa, significa apenas uma qualidade de texturas ligeiramente superior em algumas áreas e pequenos ajustes na oclusão ambiental – apesar do motion blur apresentar menos amostras nas máquinas base. A melhor experiência nas consolas é entregue pela Xbox One X – mas todas as versões correm a suaves 60fps, com cinemáticas, x-rays e fatalities a 30fps.

O port para a Switch é o grande destaque. A Shiver Entertainment teve de manter o máximo possível da experiência principal, enquanto tentava apresentar visuais decentes. A resolução dinâmica é usada de forma muito mais agressiva aqui. Na dock, registei resoluções entre 960×540 e 1280×720, no modo portátil a apresentação sofre ainda mais, as resoluções variam entre 854×480 e 682×384. Como referência, Mortal Kombat 9 na PS Vita corria a 630×384, mas com uma versão muito mais antiga e menos complexa do motor.

A Shiver executa vários cortes nas funcionalidades visuais de MK11. Os programadores falaram em geometria reduzida, mas isso até é um dos cortes menores. As texturas são de uma resolução inferior, enquanto a iluminação volumétrica e oclusão ambiental também receberam um corte na visibilidade Os efeitos de partículas relacionados com a GPU e a complexidade dos shaders foram reduzidas, enquanto o motion blur foi completamente removido. As sombras dinâmicas estão presentes, mas com uma resolução inferior. As texturas transparentes têm imenso ruído, especialmente em modo portátil. Os elementos especulares também foram alvo de um downgrade radical, resultando num aspecto achatado em muitas superfícies. Os modelos no ecrã de selecção de personagens foram reduzidos de renderizações 3D para arte 2D – mas se isto reduz os tempos de carregamento, não tenho problemas com isso.

No entanto, na maioria do tempo, MK11 na Switch consegue os 60fps essenciais. Certas combinações de personagens e cenários podem causar quedas na performance, mas a maioria das lutas corre na perfeição. No modo portátil, esses mesmos confrontos que causam problemas na dock podem resultar em quedas maiores, para 45fps e arredores. Mas na maioria do tempo, tens uma performance suave. As cutscenes são entregues na mesma 30fps. O problema aqui é o irregular ritmo de fotogramas; combinado com a trepidação de mais quedas no rácio de fotogramas, é um aspecto que precisa de melhorias.

É fácil focar nos negativos, mas na verdade, funciona. Mortal Kombat 11 entrega uma grande experiência em todas as consolas. A PS4 oferece mais nitidez sobre a Xbox One, enquanto a Xbox One X faz o mesmo perante a PS4 Pro – mas todas as versões correm a 60fps fixos no gameplay e têm um aspecto impressionante para o seu respectivo hardware. A versão Switch é uma experiência fascinante nos seus próprios termos. Sim, podes ter uma melhor experiência no grande ecrã – mas para praticar fora de casa, é surpreendentemente eficaz. Apesar do grande corte na resolução, o jogo oferece uma fantástica experiência portátil – repito, em relação a isto, é única.

Share