Fallout 76 – O que pode ser melhorado

É quase impossível encontrarmos um jogo sem bugs ou falhas técnicas. Até os jogos desenvolvidos sob um apertado padrão de qualidade acabam por exibir algumas falhas, que não sendo graves ou pondo em causa a experiência, acabam por fazer parte do mundo representado. Noutros tempos os bugs perpetuavam-se e davam origem a glitches icónicos. Hoje as actualizações suprimem grande parte das falhas e embora não possam mudar um jogo mau, podem minorar e fazer de um jogo com problemas um jogo melhor, aliviando assim pesada carga de uma fase de produção mais conturbada. Hoje os jogos estão em permanente desenvolvimento.

É verdade que algumas produções da Bethesda ganharam notoriedade pelos bugs. A própria editora admitiu que os jogadores iriam encontrar imensos bugs na beta de Fallout 76, o primeiro jogo da série a registar a entrada num mundo pós apocalíptico partilhado com jogadores de toda a rede. Só não esperava que a reacção após o lançamento fosse tão veemente. As críticas surgiram a partir da beta disponibilizada umas semanas antes do lançamento de Fallout 76. Ainda que nos fosse mostrada uma porção e sobretudo o rumo online para a série, faltava conhecer o produto final. A verdade é que as coisas não mudam de um dia para o outro e os piores receios acabaram por se confirmar.

Fallout 76 não teve um parto fácil. O jogo mostrou-se muito instável na fase inicial e num território até então sólido choveram as primeiras críticas. Uma olhada pelo metacritic (agregador de análises), deixa ver que de um 91 da versão PC de Fallout 3 (o primeiro jogo da série criado pela Bethesda em 2008), passou para um 53 de Fallout 76 (a mesma versão PC). Não é uma descida alarmante, até porque o jogo nasceu com qualidades mas fica a sensação de que a Bethesda não preparou convenientemente a entrada para um mundo online. Justificando o previsível, a produtora lançou um volumoso patch nos dias seguintes após o lançamento, visando uma optimização do jogo. Há poucos dias, chegou uma nova actualização para o PC, estando em perspectiva para as consolas.

Trata-se de uma corrida de fundo e embora a partida tenha soado a falso (a descida rápida de preço e as actualizações), a Bethesda sabe que dispõe de tempo e que muito ainda pode ser feito para fazer de Fallout 76 uma experiência melhor. Teremos sempre bugs de um modo, ou de outro, mas é possível implementar uma série de funcionalidades que seguramente tornariam a sobrevivência em Appalachia, no ano 2076, mais interessante. Ficam aqui algumas sugestões/recomendações que gostaríamos de ver implementadas. Nem todas serão implementadas, mas é possível que uma parte delas possa ser acolhida.

Partilha de pontos de experiência por todos os membros da equipa

Podendo explorar o mundo de Appalachia a solo ou através de uma equipa de quatro jogadores, a aquisição de pontos de experiência é fundamental. Com eles sobem de nível e melhoram atributos e qualidades da personagem a vários níveis. É uma estrutura de role play que a Bethesda nos proporciona com sucesso. No entanto, torna-se necessário rever a partilha de pontos de experiência pelos membros da equipa caso exista um avanço em grupo.

Neste momento só os jogadores de um grupo que atinjam um inimigo são directamente recompensados. O sistema determina que para aceder aos respectivos pontos de experiência o inimigo seja atingido uma vez. Mas se os membros da equipa se espalharem numa área e um elemento efectuar tarefas secundárias enquanto os outros atacam inimigos, aquele não receberá os respectivos pontos, e só será premiado pela concretização da missão.

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Uma interface do Pip-Boy mais ágil e melhorias nos menus

O Pip-Boy é o engenho computorizado que transportamos no braço e que nos permite regular a nossa actividade no jogo. Desde missões, desempenho vital e objectos, todas as funções passam pela sua utilização. Esta máquina é quase um factor de identidade da série e ao qual recorremos constantemente. Porém, tendo em conta que a acção decorre em tempo real, a sua utilização em momentos específicos pode criar alguns obstáculos.

Existem sempre os atalhos e opções rápidas para os objectos mais importantes, mas no essencial temos que interromper a nossa marcha e passar pelos menus. No capítulo da construção as opções contemplam o essencial para começar a fabricar mas a árvore de opções podia estar mais alargada e proporcionar uma série de modelos a erigir, tornando mais simples a construção e sobretudo de forma mais prática e célere.

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Comunicação por texto

A maior parte das pessoas que jogam online optam por comunicação de viva voz. Alto e bom som costuma-se dizer, mas a verdade é que muitas vezes há interferências e cortes que tornam difícil acompanhar o que diz algum membro da equipa. Por outro lado, há jogadores que preferem remeter-se ao silêncio, são os chamados lobos solitários.

Não podemos pedir a todos que comuniquem por voz e a pensar nisso os produtores incluíram uma série de atalhos com expressões rápidas e uma sinalética que não deixa de ser útil mas algo insuficiente quando se torna elementar dizer algo mais e falta o microfone. Sobretudo para os utilizadores da versão PC, a adição de um pequeno quadro de texto poderia ajudar a comunicação entre os elementos da equipa menos faladores e mais redactores.

Optimização em termos gráficos

Não sendo o Fallout 5 que se perfila no horizonte, Fallout 76 deverá ser o último jogo da série para a actual geração de consolas e PC. Visualmente é um jogo bastante competente, com destaque para alguns efeitos de luz, mas está longe de criar um impacto como o alcançado por exemplo com Fallout 3, no começo da geração anterior.

Os efeitos visuais não são tão impressionantes, em certas áreas a frame rate é menos consistente e a ausência de texturas cria um aspecto de maior fragilidade. No entanto, ainda há espaço para melhorar e optimizar a componente gráfica. A actualização será maior mas tornará Appalachia mais estimulante.

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