Bloodstained: Ritual of the Night – O Castlevania que queres e mereces

Para quem cresceu com a série Castlevania, os últimos anos não tem sido nada bons. A Konami insiste em não lançar novidades e para quem guarda memórias de clássicos como Castlevania: Symphony of the Night, que revolucionou a fórmula Metroidvania, e consequentes títulos que dignificaram de forma incontestável o nome de Koji Igarashi, são momentos de amargura.

A oportunidade de jogar os primeiros 25 minutos de Bloodstained foi quase como uma oportunidade de viajar no tempo, de recuar até uma altura em que o nome Castlevania prosperava e os lançamentos eram habituais. Uma era em que não temias, nem sequer pensavas que um nome com tamanho legado poderia desaparecer. Acima de tudo, foi a oportunidade para me permitir ficar entusiasmado com a sensação que Igarashi ainda sabe fazer o que o consagrou.

Apesar de não desfrutar da mesma popularidade ou estatuto de Hideo Kojima, Koji Igarashi vive numa trajectória similar ao do gênio Japonês que trabalha em Death Stranding. Ambos foram aclamados pelos seus jogos desenvolvidos na Konami, reuniram fãs em todo o mundo e tiveram de criar novas propriedades intelectuais após saírem amargamente da Konami.

Bloodstained é o nome dessa propriedade intelectual e o que te posso dizer é que é verdadeiramente um Castlevania como desejas há tanto tempo. A demo, com os primeiros 20 minutos do jogo, deixou-me jogar o primeiro nível, enfrentar o primeiro boss e ainda jogar um pouco do segundo. Mais do que qualquer nostalgia, Bloodstained tem para a série Castlevania o mesmo efeito que Sonic Mania teve para a série Sonic – renova a esperança numa série cujo principal responsável pelo seu sucesso foi forçado a começar do zero.

“As coisas mudaram muito, para melhor, desde este trailer, mas ainda é uma boa amostra do que esperar do jogo.

Ao bom estilo da aclamada série da Konami, Miriam, a protagonista, percorre diversas salas e poderás andar livremente pelo cenário. Algumas áreas estão escondidas e só mesmo ao encontrar o mapa do nível é que saberás onde estão. Vários inimigos surgem no teu caminho e quando os matas ganhas XP que te ajuda a subir de nível para ficares mais forte. Alguns inimigos deixam-te ainda adquirir Shards que concedem habilidades especiais.

Além de te conferir um ataque extra, ainda te ajudam a alcançar novas “salas” só interagir com elementos dos cenários. Espalhados por vários baús estão mais armas e itens que podes equipar para aumentar as estatísticas de Miriam, que fica mais forte e até pode adquirir atributos extra. Tudo funciona como esperarias num Castlevania de Igarashi, apenas o nome mudou.

Jogar 20 minutos não é muito, mas já é alguma coisa e até permitiu enfrentar o primeiro boss – uma espécie de híbrido horrível entre polvo e sereia. Se isto não te da uma ideia da mente arrojada do seu criador, então nada mais o fará. Ao bom estilo Metroidvania, o boss tem diversos ataques e ao estudar os padrões podes desviar-te para atacar no momento certo.

Antes de terminar, quero ainda falar na música, bem ao estilo dos jogos Castlevania é perfeita para Bloodstained, e também nos visuais do jogo. O estilo artístico 2.5D resulta muito bem e nas pequenas cutscenes Miriam brilha como o destaque. A equipa conseguiu um aspecto visual que parece actual, mas homenageia os clássicos com o seu estilo.

Bloodstained chegará no final de 2018 e fiquei completamente rendido ao novo jogo do mestre Japonês que me deu tantas boas memórias ao longo destes anos.

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