Destiny 2: Curse of Osiris – Análise

É uma expansão com poucos conteúdos e que revela pouco empenho da Bungie. Só se aproveita a Raid.

Pensava que a minha relação de amor-ódio com Destiny era uma coisa do passado, um sentimento que para trás juntamente com as memórias do primeiro jogo. Infelizmente, para meu desagrado e para os muitos fãs que acreditavam que a Bungie faria melhor com Destiny 2, esta primeira expansão, Curse of Osiris, traz de volta as memórias mais negativas. Não sei o que se passa na Bungie, mas esta expansão, bem como outros problemas levantados pela comunidade, mostram que o estúdio tem que mudar no futuro próximo, caso contrário, Destiny, como uma propriedade intelectual, vai perder força e tornar-se num sinónimo de desilusão.

O que aconteceu a Destiny 2?

Estou perfeitamente consciente que as minhas palavras podem parecer ambíguas. Destiny 2 recebeu um recomendado nossa análise, portanto, o que passou entre Setembro e Dezembro? Há que entender que Destiny é um jogo “vivo”.Não é um jogo que fica parado no tempo e que serve para ser colocado na prateleira depois de o acabarem. Pelo contrário, é um jogo para durar centenas ou milhares de horas. Embora me tenha divertido imenso em Destiny 2 no primeiro mês, a falta de novidades acabaram por me afastar em meados de Outubro, principalmente depois do primeiro Iron Banner e Faction Rally, dois eventos que desiludiram tanto pelas recompensas tanto pela sua estrutura repetitiva. Além destes eventos existia a Raid e o Trials of Osiris, mas as recompensas eram meramente estéticas, visto que as armas e armaduras não tinham perks próprios tal como acontecia no primeiro Destiny 2. Por outras palavras, Destiny 2 tem um problema de end-game.

“Destiny 2 tem um problema de end-game”

Há outras coisas que precisam de pequenos ajustes. O sistema de recompensas através de tokens é frustrante, mas tal como outros aspectos de Destiny 2, pode ser alterado por meio de uma actualização. É precisamente isto que faltou, apoio e suporte da Bungie após o lançamento. Para piorar a situação, a comunicação da Bungie é péssima. Foi preciso quase uma revolução gerada pela comunidade no final de Novembro para que o estúdio respondesse e prometesse que ia melhorar Destiny 2 e comunicar mais e de forma mais transparente. Ser fã de Destiny é neste momento uma experiência extremamente frustrante. De um lado temos uma propriedade intelectual fantástica e cheia de possibilidades, do outro um estúdio que diz que ouve a comunidade mas que continua a cometer erros graves, isto depois de três anos de experiência com o primeiro Destiny.

Portanto, a base de Destiny 2 é sólida. É um jogo superior ao primeiro e durante o tempo que estive a jogar para analisar a expansão Curse of Osirs, relembrei-me de todas as razões pelas quais gosto deste universo. No entanto, há sem dúvida coisas que a Bungie tem que resolver o quanto antes. Tal como já referi, é um jogo vivo. Ficar meses à espera de uma actualização é impensável. As actualizações e novidades, por mais pequenas que sejam, deviam ser mais frequentes.

Curse of Osiris com poucos conteúdos

Desilusão é a palavra correcta para descrever esta expansão. Com uma história que pode ser terminada em cerca de duas horas, não há muito mais para fazer depois. Existem três aventuras heróicas e apenas um Lost Sector em Mercúrio (nos outros planetas existem bem mais). A Infinite Forest, que parecia ter um grande valor de repetição, tem pouco de infinidade. Na verdade, a Infinite Forest só fica disponível durante as missões da história e durante as aventuras. Depois da terceira vez que passámos por lá, já estava farto. Parece mais uma forma de prolongar artificialmente a longevidade do que entreter o jogador. Há também novas strikes, que estão integradas como missões de história.

A expansão tem alguns momentos positivos. O boss da expansão é espectacular e gostamos de mecânica na missão final, uma espécie de introdução suave às mecânicas que depois encontramos nas Raids. Também fiquei espantado quando regressei ao passado de Mercúrio e me deparei com uma das vistas mais bonitas que já vi em Destiny. Infelizmente, não é possível explorar esta versão do planeta. A área de Mercúrio que podemos explorar é extremamente pequena, ainda mais pequena do que Titan. Esta área veio acompanhada de um novo tipo de evento público, que é o melhor de Destiny 2. É um evento de grande escala, caótico e que tal como a última missão da história, introduz os jogadores a versões simplificadas de mecânicas das Raids. Portanto, nem é tudo mau na expansão. Todavia, a sensação que fica é que foi muito mal aproveitada e que não houve empenho suficiente da Bungie.

“Excluindo a Raid, é uma expansão sem relevância e uma regressão face ao que a Bungie fez com The Taken King e Rise of Iron”

O end-game da expansão é composto por um nova Raid e pelas armas da Forge. Em relação às armas, o grinding necessário para as obter é péssimo. Um jogo destes envolve sempre grinding, mas este é pior tipo grinding que existe. Andar a apanhar materiais em Patrol não é divertido, muito menos quando esses materiais têm um drop rate horrível. É menos divertido ainda quando existe um limite de tempo nos cofres que podemos abrir em sucessão. Existem 11 armas destas no total, pelo que vão precisar de muita paciência para as obter a todas. As duas armas que obtive tinham diferenças estéticas, mas eram baseadas em modelos de armas já conhecidos, o que mais uma vez, é uma desilusão tendo em conta o trabalho que requerem. Para além destas armas, existem novas armas e armaduras exóticas. Nem todas são propriamente novas, visto que a Jade Rabbit e Helm of the Saint-14 são exóticas que já existiam no primeiro Destiny.

A raid é o apaziguador da expansão. Não justifica tudo o resto, mas é a única coisa que se aproveita. A Raid não é tão longa como as outras, está mais na linha de Crota’s End. As Raids sempre foram o melhor que Destiny tem para oferecer, e apesar de ser mais curta do que as outras, não é surpreendente que a nova Raid seja o destaque de Curse of Osiris. Excluindo a Raid, é uma expansão sem relevância e uma regressão face ao que a Bungie fez com The Taken King e Rise of Iron. A história podia ser mais desenvolvida, visto que ficamos a saber praticamente o mesmo sobre Osiris (uma personagem mítica do Lore), Mercúrio é uma área demasiado pequena” e o end-game é extremamente limitado. Se esta expansão é uma amostra do futuro de Destiny 2, então o futuro não é risonho.

Espero que a Bungie consiga fazer melhor nos próximos meses. Haverá mais uma actualização esta semana e outra em Janeiro, que vão trazer melhorias com base no feedback dos fãs. Depois desta expansão e do drama de Novembro, a Bungie terá que se esforçar para recuperar a confiança perdida. Como sempre, estaremos aqui para acompanhar as novidades.

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